sábado, 8 de maio de 2010

Aqui e agora


Ah, a primavera! Tempo agradável, dias bonitos. Sol. As árvores todas cheias de folhas novamente. As colinas de Gênova deixam o amarelo vômito de lado e se cobrem de um verde típico de Amazônia. O frio vai sendo esquecido aos poucos e os agasalhos ficando lá no fundo do armário. As lojas liquidam o restante do estoque de inverno. Boa época pra comprar jaquetas e moletons a preços bacanas. Mas tem também coleção nova. As calças viram bermudas. As camisetas ficam mais coloridas. As boates do centro histórico fecham e aquelas próximas ao mar reabrem. Definitivamente, respira-se um ar diferente.

Engraçado como por aqui as estações são bem típicas e definidas. E isso não se refere só ao clima. No inverno tudo bem, é um frio do caramba. De vez em quando até neva. Temperatura por volta de zero graus. Quanto às pessoas, praticamente todos vestem preto. Sobretudos pretos são chiques. Dizem na TV que quem veste preto não erra nunca. Opção segura. As pessoas parecem mais tímidas e fechadas. Os bares com as portas fechadas e aquecedores no máximo. Do lado de fora, janelas embaçadas. Lugares underground e vinhos são o que há. Já na primavera, que delícia! O sol já se faz presente com freqüência suficiente para ser aprovado no fim de um ano letivo. A temperatura beira os 20 graus. Escurece só por volta das 21:00. As ruas ficam mais cheias. A academia recebe aqueles que se preparam para o verão. As pessoas parecem mais sociáveis. O lado latino, que hibernou para o inverno, desperta. E assim tudo parece mais vivo. Querendo ou não, é hora de viver o aqui e o agora, por inteiro. E melhor estação que essa pra isso não há. Ao menos até o verão chegar..

ps: a foto é da rua onde moro. Vai reto uns 40 metros, é o prédio à direita.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Fizeram a gente acreditar

"Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos. Não contaram pra nós que amor não é acionado, nem chega com hora marcada.

Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável.

Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um": duas pessoas pensando igual, agindo igual, que era isso que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável.

Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos.

Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto.

Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas.

Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente. Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém"


John Lennon

terça-feira, 4 de maio de 2010

Visita Presidencial


Hoje o presidente da Itália vem visitar o instituto. O esquema de segurança é fortíssimo. Atiradores de elite no terraço e, dizem as más línguas, que também nas colinas ao redor. Pra entrar, só com crachá no peito e passaporte. Do lado de dentro, está tudo arrumado, limpo e organizado. Espalharam plantas e posters por todo o laboratório. Pela foto do pessoal aqui do Departamento de Robótica Avançada dá pra ver que tudo parece estar nos trinques. Agora só falta botar o robô pra dançar samba na esteira.

domingo, 2 de maio de 2010

Tenho a vida, tenho minha liberdade.




Não tenho casa, não tenho sapatos
Não tenho dinheiro, não tenho óculos
Não tenho roupa, não tenho suéteres.
Não tenho fé, não tenho barba
Não tenho mente

Não tenho mãe, não tenho cultura
Não tenho amigos, não tenho escolaridade
Não tenho nome, não tenho amor
Não tenho passagem, não tenho ficha telefônica
Não tenho Deus

O que eu tenho?
Porque eu estou viva?
Sim, o que eu tenho?
Ninguém pode se livrar disso

Tenho meu cabelo, tenho minha cabeça
Tenho meu cérebro, tenho minhas orelhas
Tenho meus olhos, tenho meu nariz
Tenho minha boca, tenho meu sorriso

Tenho minha lingua, tenho meu queixo
Tenho meu pescoço, tenho meus seios
Tenho meu coração, tenho minha alma
Tenho minhas costas, tenho meu sexo

Tenho meus braços, tenho minhas mãos
Tenho meus dedos, tenho minhas pernas
Tenho meus pés, tenho meus dedos dos pés
Tenho meu fígado, tenho meu sangue

Tenho vida, tenho minha liberdade
Tenho a vida, vou conservar isso
Tenho a vida, vou conservar isso

sábado, 1 de maio de 2010

Sonhar

Me desculpem aqueles que entram aqui procurando textos legais. Não quero escrever, não ando com a mínima vontade, ou inspiração, pra isso. Essa música ouvi num CD do Chico Buarque, mas quem cantava era a Maria Bethânia. E ela diz muito do que eu queria falar agora.