sábado, 8 de agosto de 2009

Verona - Ópera na Arena

Roma - Coliseu à noite

Roma - Passeio de bike com direito a GPS

Roma - Pantheon

Roma - Fontana di Trevi

Roma - Teto Capela Sistina

Roma - Vaticano

Roma - Ecco il Colosseo!

Florença - Vista de cima

Florença - Piazza della Repubblica

Florença - Duomo

Florença - Pôr-do-sol

Florença - Irmão e a "Ponte Vecchio"

Florença - O tal do Davi (Réplica)

Pisa - Visão geral

Cinque Terre - Vernazza

San Fruttuoso - Passeio de barco

Finale Ligure - Praia com bandeira azul

Gênova - Instituto Italiano de Tecnologia

Gênova - Aquário - Arraia mortal branca do mediterrâneo

Gênova - Aquário

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Que venha a São Silvestre..


Era mais uma semana de bastante trabalho por aqui. Tudo corria dentro do normal e do previsto. Mas foi aí que o Claudio veio com o tal convite: "Vamos participar de uma corrida no domingo?". Vindo de um meio-maratonista quase profissional, claro que o que veio na minha cabeça na hora foi "Esse rapaz tá é doido..", mas procurando manter a pose retruquei demonstrando interesse, como se aquilo fosse natural e eu fosse quase um Vanderlei Cordeiro de Lima. Se tratava de uma corrida em uma montanha aqui perto do instituto, num total de 12 km. Inundado em uma vontade de boas aventuras, não é que eu aceitei?

Como já estava correndo em torno de umas 2 vezes por semana, lá no Porto Antigo, cerca de 8 km, tinha a convicção de que se fossem 12 km em um terreno plano conseguiria "de boa". O problema da corrida seriam as subidas. Você já se sente morto depois de 200 metros. É, não ia ser fácil não. Então, a minha tática foi descansar o resto da semana pra ficar 100% pro domingo. Nada de corridinha tradicional no Porto e jogando como goleiro no futebol de quinta-feira.

Domingo, sete da manhã. O despertador tocou e me levantei sem muita preguiça. Diria até animado. A corrida começava as 09:00, mas devíamos chegar mais cedo para fazer a inscrição. Então tratei de tomar um café da manhã reforçado, porém sem nada muito pesado pra não atrapalhar durante a corrida. Quando fui acordar o Michele, que também tinha dito que iria, foi quando veio a notícia da primeira baixa na equipe: não estava se sentindo bem e resolveu não ir. Ok, sem problemas. Ainda estavamos em 3. A outra pessoa do grupo IIT de corrida é a Nadia, uma mexicana que também trabalha no Departamento de Robótica Avançada, como eu. A Nadia também é metida a correr, e pra uma mulher faz isso muito bem. Já participou de várias meia-maratonas e corre 15 km duas vezes por semana. A minha esperança de não passar vergonha lá era com o Michele, que como teve o joelho operado há alguns meses, talvez corresse mais devargar um pouco. Mas mesmo com a sua ausência coloquei a cara a tapa e fui. Na cara e na.. esperança.

Domingo, oito e meia da manhã. A quantidade de carros e a muvuca indicava que estavamos chegando perto do lugar da largada. Quanto mais iamos avante, mais pessoas apareciam. E quanto mais pessoas apareciam, mais receoso eu ia ficando. Apesar de muitos velhinhos, todos pareciam muito profissionais. Usavam camisa e short próprios daqueles maratonistas que a gente vê na São Silvestre no fim do ano na telinha da Globo. E isso, somado com alguns personagens que passavam correndo como um doido, mas que na verdade só estavam se aquecendo, foi transformando uma esperança de fazer uma boa corrida na torcida para conseguir completá-la, mesmo que depois de todo o asilo. Depois da inscrição, comecei a me esquentar. Mexendo o tornozelo com a ponta do pé no chão e alguns pares de agachamentos foram o suficiente pra eu começar a suar. Resolvi parar de me aquecer e guardar energias pro que vinha depois.

Domingo, nove e quinze da manhã. Alguns instantes antes da largada, falo pros meus dois companheiros de corrida: "Oh, vão no ritmo de vocês, eu vou na boa, tranquiláaço.". E quando foi dada a largada, deixei um pouco da muvuca ir na frente mas tratei também de tentar acompanhar o pelotão da frente. A tática era dar o máximo no começo e segurar as pontas no final. Mas o que eu não esperava era que os primeiros 5 km seriam de subida. Xinguei todos os santos, tava pra pedir arrego. Foi quando uma gordinha me passou. "Aí não", eu pensei. Trouxe motivação lá de dentro e fui atrás da gordinha, que, surpreendentemente, mantinha um ritmo bacana. E quando não parecia que podia piorar, me aparece uma subida que tava mais pra ser escalada que pra ser corrida. Nesse momento, quando a gordinha começou a caminhar, eu a passei e pra manter a pose fiz toda aquela subida correndo, mesmo que beeeem devagarzinho. E, finalmente, depois daquele inferno, as subidas deram um tempo. Lá do topo a vista era simplesmente estupenda. Maravilhosa. Era Gênova vista de um ponto que, mesmo depois de algumas trilhas em montanhas, eu ainda nao tinha visto. Teve alí, logo depois do fim da subida mortal, uma tenda que dava copinhos de água. Ah, nessa hora me senti "o cara". Tinha deixado a gordinha pra trás e, depois de beber metade do copinho, joguei o restante na cabeça. Daria uma bela cena de filme pra motivação em SPA`s, balançando a cabeça com aquela juba molhada jogando água para todos os lados. Mas enfim, voltamos à corrida. Depois de tanta subida, descidas e trechos planos iam se revesando e aproveitei pra descansar, diminuindo um pouco o ritmo, mas sempre correndo. Aos poucos os quilômetros iam passando e a convicção de que conseguiria completar a prova foi se transformando em certeza. Sempre tranquilo, sem me deixar abater, fui "deixando" alguns me passarem, inclusive a tal gordinha de antes.

Domingo, dez e meia da manhã. Passo pela placa dos 12 km. O primeiro pensamento foi "mas não eram 12 km? Por que ainda não acabou? Ah, vai se fud**!". Mas continuando a correr, a muvuca que se ouvia entregava que a prova estava pra acabar. E como não poderia faltar, antes do fim o martírio de uma última subidinha. Mas como estava descansado depois de tanta descida, consegui fazê-la com uma velocidade de botar inveja em muitos maratonistas. O importante alí foi começar no gás e terminar no embalo. Ufa! Depois de 1h 14m 04s completei a prova. Depois de segurar a vontade de pular com os braços pra cima, dando socos no ar, como o Rocky Balboa, fui me reidratar. Estavam ali dando melancia, gatorade, e outras coisinhas. Aproveitei pra dar um pouco de prejuízo pra organização.

É, sem dúvida uma experiência única. Mas se você estava torcendo pro texto acabar por aqui, tsc tsc tsc, se deu mal. Deixei pro final a grande novidade: mesmo com um ritmo cadenciado, cheguei em segundo lugar na minha categoria, que era dos "abaixo de 30 anos". Fui chamado lá no "podium" e tudo. Ganhei 2 garrafas de champagne. Iu-rul! A Nadia também ganhou uma garrafa, ficou em terceira na categoria dela. O Claudio foi o melhor de nós, 8 minutos na minha frente, mas na sua categoria tinha muita gente e não ganhou uma garrafa, tadinho. O resto, são detalhes. Por exemplo, fui o 106° geral, o que significa que só tinham "velhos" correndo, e pior, que 104 acima de 30 chegaram na minha frente. Mas quem se importa? Ao menos sou um exemplo pra juventude genovese: a começar pelo slogan na camisa ("Sem tabaco. 100% fashion"). E por terminar, em dar de presente uma das garrafas pro Claudio.

sábado, 30 de maio de 2009

Porto antigo: violão e solidão

"O meu violão solidão
tem as cordas afinadas, prontas,
mas estão caladas esperando por ti.
E então? "
--
*esse texto contou com a colaboração da Gi.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

A primeira janta


Que eu gosto de cozinhar não é segredo pra ninguém. Estava desde pequenininho ao lado da mãe e do pai na beira do fogão. De mexedor de carne moída e feijão, passei por cortador de cebola e descascador de alho, preparador da salada até começar a fazer meus primeiros pratos sozinhos. Talvez o primeiro que aprendi foi o arroz com meu pai (dois dedos de água acima do arroz, certo pai? ), depois alguns molhos pra macarrão , passando pelo ovo frito e omelete. Por fim, o fato de ir morar sozinho me fez aprimorar um pouco mais esse lado, uma vez que não tinha quem cozinhasse pra mim. Então veio o feijão tropeiro, o churrasco e o salmão com alcaparras. E não nos esqueçamos do arroz carreteiro (assim eu chamo, apesar de ser só um arroz com carne), o qual foi o protagonista da primeira janta que fizemos aqui em casa.
Uma prática que, dizendo o Michele é um tanto comum aqui, é fazer jantas em casa e convidar os amigos. E acho uma boa. Além de fortalecer os laços de amizades com o pessoal, nos divertimos e comemos bem. O problema é na hora de convidar. Chamar um e não chamar o outro gera sempre aquele clima chato. Então a saída e ir convidando pequenos “guetos”, de cerca de umas 5 pessoas, até fechar a roda, não deixando no fim de chamar ninguém.
Bem, vamos começar apresentando os convidados. Na foto, da esquerda pra direita (dando a volta na mesa), temos: Eu (brasileiro), Irene, Candice (brasileira), Emanuele, Léo (brasileiro) e Ferdinando. O Michele tirou a foto. Uma vez que todos foram devidamente apresentados, vamos à metodologia adotada para as jantas. Como a casa é composta por um brasileiro (Eu) e um Italiano (Michele), decidimos que uma vez um faz a janta e outra vez o outro que faz, de modo que possamos fazer sempre um prato comum do seu país. E quem começou fui eu. E pensando em um prato gostoso, barato e fácil de fazer, cheguei ao arroz carreteiro. Além do arroz, fiz uma saladinha no capricho, com tomate, alface, cenoura, mussarela de búfala e crótons (adaptados de torradas que tinham aqui). Quanto aos resultados, o arroz ficou um pouco soltinho demais pro meu gosto. Acho que esse prato combina mais se o arroz ficar mais empapado. Porém, ficou gostoso, bem temperadinho. Mas de qualquer forma, colocamos uns pães na mesa, uma vez que italianos usam pra comer em uma mão o garfo e na outra o pão. Pra beber,como era uma janta brasileira, queria fazer a tradicional caipirinha . Comprei uma Pirassununga 51 (sim, aqui tem no supermercado pra comprar, mas é caro. O mesmo preço que uma vodka Absolut, em torno de 9 euros a garrafa de 700 ml) e limão. Mas, infelizmente, esqueci o gelo. Acabou que, no fim, não fizemos a caipirinha e fomos no tradicional vinho. Uma pena. Deixa pra próxima. Já o pessoal comeu um tanto quanto calado, mas disseram que tava bom. Não ousaria a questionar a sinceridade das declarações. Por fim, de sobremesa, um sorvetinho básico pra fechar com chave de gordo.
Depois de comer, começamos a sessão musical. O Michele começou a tocar violão e a cantar algumas músicas, e muito bem, diga-se de passagem. Cantamos inclusive algumas brasileiras, como Garota de Ipanema, a qual fez surgir um comentário por parte da Irene: “Essa música é brasileira? Não acredito! Adoro ela.”. Cantamos até que o vizinho veio reclamar do barulho à 00:30, o que não é tão tarde assim para uma sexta-feira. Mas foi simpático, disse que tínhamos uma voz muito boa, que tocávamos bem, mas que tinha que levantar cedo no outro dia, então pediu para cantarmos mais baixo. Com isso, cantamos mais uma ou duas músicas, em um tom bem mais contido, e depois ficamos conversando ate umas 01:30, quando pessoal foi embora. Em mim ficou a convicção de querer fazer desses eventos um hábito e, na pia, os pratos sujos.

sábado, 28 de março de 2009

Sincerità

Sinceridade
Agora é tudo simples assim
Com você que é o único cúmplice
Dessa história mágica
Sinceridade
Um elemento imprescindível
Pra uma relação estável
Isso nos remete a eternidade
Agora é uma relação de verdade
Mas partimos do zero
No início havia pouca razão
no momento da paixão
Fazer e refazer o amor
Por horas, por horas, por horas
Ter poucas coisas pra dizer
Medo de às vezes se arrepender
E eu com as minhas variações de humor
E você com as notícias de sempre
Deixar-se a cada duas semanas
Mentiras pra não me fazer sofrer
Mas às vezes era melhor morrer
Sinceridade
Agora é tudo simples assim
Com você que é o único cúmplice
Dessa história mágica
Sinceridade
Um elemento imprescindível
Pra uma relação estável
Isso nos remete a eternidade
Agora parecemos dois amigos
Agora nós somos felizes
Se brigamos, isso é normal
Mas depois sempre se faz amor
Falando de tudo e de todos
Fazemos dois mil projetos
Você às vezes volta criança
Te aperto e te tenho por perto
Sinceridade
Descobre todos os lados fracos
Ter sonhos como estímulos
Apontando para a eternidade
Agora você é meu
E eu também sou sua
Com nossas mãos juntas verão onde vamos
O sonho vai até onde eu for a rainha e você o rei
Essa história sempre acaba bem
Sinceridade
Agora é tudo simples assim
Com você que é o único cúmplice
Dessa história mágica
Sinceridade
Um elemento imprescindível
Pra uma relação estável
Isso nos remete a eternidade

quinta-feira, 12 de março de 2009

O paraíso

Estava num passeio em Roma quando, ao visitar a Catedral de São Pedro fiquei abismado ao ver uma coluna de mármore com um telefone de ouro em cima. Vendo um jovem padre que passava pelo local, perguntei-lhe a razão daquela ostentação. O padre então me disse que aquele telefone estava ligado a uma linha direta com o paraíso e que se eu quisesse fazer uma ligação eu teria de pagar 100 dólares.
Fiquei tentado porém declinei da oferta.
Continuando a viagem pela Itália encontrei outras igrejas com o mesmo telefone de ouro na coluna de mármore. Em cada uma das ocasiões perguntei a razão da existência e a resposta era sempre a mesma: Linha direta com o paraíso ao custo de 100 dólares a ligação.
Depois da Itália vim para o Brasil e fui direto para Florianópolis. Ao visitar a Catedral, fiquei surpreso ao ver novamente a mesma cena – uma coluna de mármore com um telefone branco. Sob o telefone um cartaz que dizia: “LINHA DIRETA COM O PARAÍSO – PREÇO POR LIGAÇÃO = R$ 25 centavos.
“Padre”, eu disse, “Viajei por toda a Itália e em todas as catedrais que visitei vi telefones exatamente iguais a este mas o preço da chamada era 100 dólares. Por que aqui é somente R$ 25 centavos? O Padre sorriu e disse.
- Meu amigo, você está em Floripa agora. É ligação local!!!



Esse texto é uma colaboração da Jenny.

quinta-feira, 5 de março de 2009

E o calção de banho?


Quem já não ouviu falar de Roma? Quem nunca viu uma foto do Coliseu ou de um quadro de Da Vinci? A beleza da Itália é incontestável. Tão clichê quanto “e viveram felizes para sempre”. É como falar do Brasil e não se lembrar do Rio de Janeiro ou do Pelé. Mas sabemos que, além disso, é impossível não se encantar com um pôr do sol nas margens do Rio Tapajós ou com as praias no sul da Ilha de Florianópolis. E o mesmo acontece com a província da Ligúria, da qual Gênova é a capital.
A província da Ligúria, equivalente a um estado no Brasil, é uma estreita faixa entre o mar e as montanhas. E essa combinação cria lugares simplesmente fantásticos. Graças à companhia do Michele, o qual é fã de esportes e aventuras, praticamente todos os fins de semana nós fazemos uma trilha e conhecemos um lugar novo. Cada lugar com uma peculiaridade e uma beleza particular. É aquela típica situação na qual tiramos dezenas de fotos do lugar e não cansamos de vê-las, mas quando às mostramos a alguém geralmente não dão muita bola e pedem pra passar mais rápido enquanto você quer explicar cada detalhe.
Dentre os lugares que eu já fui, um me chamou mais a atenção que os outros. É um lugar que se chama “Cinque Terre” (Cinco Terras). Esse nome refere-se a cinco vilarejos os quais são unidos por uma antiga trilha que foi, até pouco tempo atrás (uns quinze anos) o único modo de interligação entre os vilarejos. Hoje já se tem estradas e trem. Porém, essa trilha ainda é percorrida por muitas pessoas, principalmente turistas. O caminho completo dura cerca de cinco horas, indo do primeiro vilarejo até o último. Mas acreditem, o cansaço não é nada quando comparado com as magníficas vistas que a trilha lhe proporciona. E certamente levarei qualquer um que vier me visitar aqui para conhecer esse lugar.
Fomos de trem até o primeiro vilarejo. Cerca de uma hora e meia de Gênova. E barato, só €4,40. Saímos perto do meio dia e chegamos num bom horário para comer alguma coisa (como se para mim houvesse tempo ruim para comer). Comemos um sanduíche em uma lanchonete, com presunto cru e queijo Brie. Muito bom. Mas, por inocência da minha parte e esperteza da parte do Michele, eu não sabia que faríamos uma trilha. Ele tinha me dito para colocar calção de banho que iríamos para uma cidade com praia. Então coloquei o calção de banho. Coloquei também uma calça jeans básica e uma camiseta pólo. Na mochila, uma toalha, uma bermuda e as Havaianas (as legítimas). Adequado para um passeio, e não para uma trilha. Quando me falou que faríamos uma trilha me assustei, já que no dia anterior tínhamos corrido em uma montanha cerca de dez quilômetros. E o pior ainda estava por vir. Quando pedimos informação de onde começava a trilha a uma pessoa que passava, ela nos informou e disse, além disso, que os dois primeiros trechos duravam cerca de uma hora e meia cada um. Dei chilique. Bati o pé o chão. Falei que estava cansado. Disse que gostava de aventuras mas que também dava valor em sentar numa cadeira de praia, beber uma caipiroska e relaxar um pouco. De nada adiantou. Ele me disse “Relaxar não está com nada”. Depois de um respiro fundo e de olhá-lo com uma cara de “Ê italiano duma figa, você me mete em cada uma, viu?”, partimos para a trilha. E graças a Deus fizemos isso. As montanhas cobertas de vinhedos e pés de oliva, o mar batendo em penhascos gigantescos e os vilarejos antigos são, no mínimo, inesquecíveis. Depois, quando chegamos ao segundo vilarejo, pegamos um trem de volta pra Gênova. Aí sim, na volta, o cansaço veio e com ele um bom cochilo no trem vazio. E onde o calção de banho entra nessa história? Eu também não sei.

A primeira caipiroska da casa!


Cadê o controle remoto?


Faltou algo do lado para ter uma noçao de escala, mas acreditem no que direi. Tem o comprimento de uma moto e dentro da cabine, que so comporta uma pessoa, até o menor dos mostoristas fica apertado. So faltou o controle remoto.

Departamento Avançado de Robótica


segunda-feira, 2 de março de 2009

Pipoca e Guaraná


Vivenciar experiências diferentes vem sendo uma constante ao longo dessa viagem. Natural que fosse assim. Estranho seria se não houvesse novidades. E é com esse espírito que fui, pela primeira vez desde que cheguei aqui, a um Shopping. Estava curioso para ver uma loja da Armani, comer um McDonalds e também para ir ao cinema. Então o Michele, que não gosta de ver TV e ir a shoppings fez uma exceção e me acompanhou.
Comecemos com as lojas. Pra falar a verdade, tudo igual a um shopping no Brasil, exceto pelos cartazes de promoções e liquidações nas vitrines das lojas em italiano, o que ainda não me é natural. Não sei por que, mas pra mim pechinchar é algo que não combina com essa língua que por enquanto me soa glamorosa. Mas não passa de uma impressão. O shopping, que é perto de onde moro, cerca de 5 minutos de carro, não é grande. Provavelmente deve haver outros. E, infelizmente, não encontramos a loja da Armani. Fica pra próxima. Ao menos ainda tenho uma desculpa para ir para Milão. Nas lojas que entramos vi coisas boas, mas os preços não são dos melhores quando penso no câmbio real/euro. Contudo, pra quem recebe em euros, os preços são razoáveis. O problema é que, na rua de traz do meu prédio, há uma feira de roupas no sábado de manha. E fui lá nesse sábado e as coisas eram bem baratas. Há blusas de malha, boas para o frio, e que são bem bonitas, por preços que variam de €10,00 a €20,00. Inclusive comprei uma, listrada como manda a moda atual, por belos €10,00. Com isso o shopping ficou para traz no quesito viabilidade. Já quanto ao McDonalds, também não havia. O jeito foi comer no concorrente, o Burguer King. De qualquer forma, matei a vontade de comer um sanduíche com batata frita.
Ok. Por enquanto nenhuma novidade. Então comecemos a falar do cinema. Primeira e triste novidade: não são todos os cinemas que fazem desconto para estudantes. Não existe uma tradição de meia entrada aqui. Tudo igual para todo mundo. Mas dizendo o Michele, Gênova é um pouco diferente do resto do país. Aqui eles têm a fama de serem os mais pães-duros da Itália. Como não conheço o resto, acredito. E depois procuraremos outro cinema que faça desconto para estudantes. De qualquer forma, compramos os ingressos e entramos na sala. Segunda novidade: antes de começar o filme tem 20 minutos de propaganda. Confesso que senti falta dos trailers. Terceira novidade: aqui na Itália só vêem filme dublado. Para eles, ler uma legenda e prestar atenção no filme é praticamente impossível, dizendo Michele. A boa notícia fica por parte da compreensão da fala: consegui compreender praticamente tudo que falaram. As palavras que eram essenciais para o contexto e que eu não entendia perguntava para o Michele. Foi bom entender as falas, rir junto com todos e não ficar com aquela cara de “do quê que todos estão rindo?”. E agora a quarta novidade. Como de praxe, na metade do filme fizeram o tal do “Intervalo”. Param o filme do nada, cortando uma cena no meio, por cerca de 3 minutos. Acendem as luzes, e colocam um som ambiente. Pelo menos não passa propaganda. O pessoal aproveita para ir ao banheiro e comprar guloseimas. Nesse meio tempo, fiquei conversando com o Michele e contanto que filme dublado no Brasil é só pra crianças e que propaganda e intervalo se vê na TV, e não no cinema. Depois as luzes se apagaram e o filme recomeçou, mas claro sem o mesmo clima de antes. Daí em diante tudo ocorreu como esperado. Ah, o filme se chama “O curioso caso de Benjamim Button” e me agradou bastante. Muito diferente de todos os roteiros de filmes que já vi. Muito bom e recomendo.
Creio que aos poucos as novidades vão se tornando cada vez menos freqüentes. Mas por enquanto vou me divertindo e aprendendo com elas. E hoje só faltou servirem mini-pizza no lugar da pipoca. Porém, o velho clichê tupiniquim da pipoca com filme também vale aqui, exceto pela ausência do Guaraná.