sábado, 28 de março de 2009

Sincerità

Sinceridade
Agora é tudo simples assim
Com você que é o único cúmplice
Dessa história mágica
Sinceridade
Um elemento imprescindível
Pra uma relação estável
Isso nos remete a eternidade
Agora é uma relação de verdade
Mas partimos do zero
No início havia pouca razão
no momento da paixão
Fazer e refazer o amor
Por horas, por horas, por horas
Ter poucas coisas pra dizer
Medo de às vezes se arrepender
E eu com as minhas variações de humor
E você com as notícias de sempre
Deixar-se a cada duas semanas
Mentiras pra não me fazer sofrer
Mas às vezes era melhor morrer
Sinceridade
Agora é tudo simples assim
Com você que é o único cúmplice
Dessa história mágica
Sinceridade
Um elemento imprescindível
Pra uma relação estável
Isso nos remete a eternidade
Agora parecemos dois amigos
Agora nós somos felizes
Se brigamos, isso é normal
Mas depois sempre se faz amor
Falando de tudo e de todos
Fazemos dois mil projetos
Você às vezes volta criança
Te aperto e te tenho por perto
Sinceridade
Descobre todos os lados fracos
Ter sonhos como estímulos
Apontando para a eternidade
Agora você é meu
E eu também sou sua
Com nossas mãos juntas verão onde vamos
O sonho vai até onde eu for a rainha e você o rei
Essa história sempre acaba bem
Sinceridade
Agora é tudo simples assim
Com você que é o único cúmplice
Dessa história mágica
Sinceridade
Um elemento imprescindível
Pra uma relação estável
Isso nos remete a eternidade

quinta-feira, 12 de março de 2009

O paraíso

Estava num passeio em Roma quando, ao visitar a Catedral de São Pedro fiquei abismado ao ver uma coluna de mármore com um telefone de ouro em cima. Vendo um jovem padre que passava pelo local, perguntei-lhe a razão daquela ostentação. O padre então me disse que aquele telefone estava ligado a uma linha direta com o paraíso e que se eu quisesse fazer uma ligação eu teria de pagar 100 dólares.
Fiquei tentado porém declinei da oferta.
Continuando a viagem pela Itália encontrei outras igrejas com o mesmo telefone de ouro na coluna de mármore. Em cada uma das ocasiões perguntei a razão da existência e a resposta era sempre a mesma: Linha direta com o paraíso ao custo de 100 dólares a ligação.
Depois da Itália vim para o Brasil e fui direto para Florianópolis. Ao visitar a Catedral, fiquei surpreso ao ver novamente a mesma cena – uma coluna de mármore com um telefone branco. Sob o telefone um cartaz que dizia: “LINHA DIRETA COM O PARAÍSO – PREÇO POR LIGAÇÃO = R$ 25 centavos.
“Padre”, eu disse, “Viajei por toda a Itália e em todas as catedrais que visitei vi telefones exatamente iguais a este mas o preço da chamada era 100 dólares. Por que aqui é somente R$ 25 centavos? O Padre sorriu e disse.
- Meu amigo, você está em Floripa agora. É ligação local!!!



Esse texto é uma colaboração da Jenny.

quinta-feira, 5 de março de 2009

E o calção de banho?


Quem já não ouviu falar de Roma? Quem nunca viu uma foto do Coliseu ou de um quadro de Da Vinci? A beleza da Itália é incontestável. Tão clichê quanto “e viveram felizes para sempre”. É como falar do Brasil e não se lembrar do Rio de Janeiro ou do Pelé. Mas sabemos que, além disso, é impossível não se encantar com um pôr do sol nas margens do Rio Tapajós ou com as praias no sul da Ilha de Florianópolis. E o mesmo acontece com a província da Ligúria, da qual Gênova é a capital.
A província da Ligúria, equivalente a um estado no Brasil, é uma estreita faixa entre o mar e as montanhas. E essa combinação cria lugares simplesmente fantásticos. Graças à companhia do Michele, o qual é fã de esportes e aventuras, praticamente todos os fins de semana nós fazemos uma trilha e conhecemos um lugar novo. Cada lugar com uma peculiaridade e uma beleza particular. É aquela típica situação na qual tiramos dezenas de fotos do lugar e não cansamos de vê-las, mas quando às mostramos a alguém geralmente não dão muita bola e pedem pra passar mais rápido enquanto você quer explicar cada detalhe.
Dentre os lugares que eu já fui, um me chamou mais a atenção que os outros. É um lugar que se chama “Cinque Terre” (Cinco Terras). Esse nome refere-se a cinco vilarejos os quais são unidos por uma antiga trilha que foi, até pouco tempo atrás (uns quinze anos) o único modo de interligação entre os vilarejos. Hoje já se tem estradas e trem. Porém, essa trilha ainda é percorrida por muitas pessoas, principalmente turistas. O caminho completo dura cerca de cinco horas, indo do primeiro vilarejo até o último. Mas acreditem, o cansaço não é nada quando comparado com as magníficas vistas que a trilha lhe proporciona. E certamente levarei qualquer um que vier me visitar aqui para conhecer esse lugar.
Fomos de trem até o primeiro vilarejo. Cerca de uma hora e meia de Gênova. E barato, só €4,40. Saímos perto do meio dia e chegamos num bom horário para comer alguma coisa (como se para mim houvesse tempo ruim para comer). Comemos um sanduíche em uma lanchonete, com presunto cru e queijo Brie. Muito bom. Mas, por inocência da minha parte e esperteza da parte do Michele, eu não sabia que faríamos uma trilha. Ele tinha me dito para colocar calção de banho que iríamos para uma cidade com praia. Então coloquei o calção de banho. Coloquei também uma calça jeans básica e uma camiseta pólo. Na mochila, uma toalha, uma bermuda e as Havaianas (as legítimas). Adequado para um passeio, e não para uma trilha. Quando me falou que faríamos uma trilha me assustei, já que no dia anterior tínhamos corrido em uma montanha cerca de dez quilômetros. E o pior ainda estava por vir. Quando pedimos informação de onde começava a trilha a uma pessoa que passava, ela nos informou e disse, além disso, que os dois primeiros trechos duravam cerca de uma hora e meia cada um. Dei chilique. Bati o pé o chão. Falei que estava cansado. Disse que gostava de aventuras mas que também dava valor em sentar numa cadeira de praia, beber uma caipiroska e relaxar um pouco. De nada adiantou. Ele me disse “Relaxar não está com nada”. Depois de um respiro fundo e de olhá-lo com uma cara de “Ê italiano duma figa, você me mete em cada uma, viu?”, partimos para a trilha. E graças a Deus fizemos isso. As montanhas cobertas de vinhedos e pés de oliva, o mar batendo em penhascos gigantescos e os vilarejos antigos são, no mínimo, inesquecíveis. Depois, quando chegamos ao segundo vilarejo, pegamos um trem de volta pra Gênova. Aí sim, na volta, o cansaço veio e com ele um bom cochilo no trem vazio. E onde o calção de banho entra nessa história? Eu também não sei.

A primeira caipiroska da casa!


Cadê o controle remoto?


Faltou algo do lado para ter uma noçao de escala, mas acreditem no que direi. Tem o comprimento de uma moto e dentro da cabine, que so comporta uma pessoa, até o menor dos mostoristas fica apertado. So faltou o controle remoto.

Departamento Avançado de Robótica


segunda-feira, 2 de março de 2009

Pipoca e Guaraná


Vivenciar experiências diferentes vem sendo uma constante ao longo dessa viagem. Natural que fosse assim. Estranho seria se não houvesse novidades. E é com esse espírito que fui, pela primeira vez desde que cheguei aqui, a um Shopping. Estava curioso para ver uma loja da Armani, comer um McDonalds e também para ir ao cinema. Então o Michele, que não gosta de ver TV e ir a shoppings fez uma exceção e me acompanhou.
Comecemos com as lojas. Pra falar a verdade, tudo igual a um shopping no Brasil, exceto pelos cartazes de promoções e liquidações nas vitrines das lojas em italiano, o que ainda não me é natural. Não sei por que, mas pra mim pechinchar é algo que não combina com essa língua que por enquanto me soa glamorosa. Mas não passa de uma impressão. O shopping, que é perto de onde moro, cerca de 5 minutos de carro, não é grande. Provavelmente deve haver outros. E, infelizmente, não encontramos a loja da Armani. Fica pra próxima. Ao menos ainda tenho uma desculpa para ir para Milão. Nas lojas que entramos vi coisas boas, mas os preços não são dos melhores quando penso no câmbio real/euro. Contudo, pra quem recebe em euros, os preços são razoáveis. O problema é que, na rua de traz do meu prédio, há uma feira de roupas no sábado de manha. E fui lá nesse sábado e as coisas eram bem baratas. Há blusas de malha, boas para o frio, e que são bem bonitas, por preços que variam de €10,00 a €20,00. Inclusive comprei uma, listrada como manda a moda atual, por belos €10,00. Com isso o shopping ficou para traz no quesito viabilidade. Já quanto ao McDonalds, também não havia. O jeito foi comer no concorrente, o Burguer King. De qualquer forma, matei a vontade de comer um sanduíche com batata frita.
Ok. Por enquanto nenhuma novidade. Então comecemos a falar do cinema. Primeira e triste novidade: não são todos os cinemas que fazem desconto para estudantes. Não existe uma tradição de meia entrada aqui. Tudo igual para todo mundo. Mas dizendo o Michele, Gênova é um pouco diferente do resto do país. Aqui eles têm a fama de serem os mais pães-duros da Itália. Como não conheço o resto, acredito. E depois procuraremos outro cinema que faça desconto para estudantes. De qualquer forma, compramos os ingressos e entramos na sala. Segunda novidade: antes de começar o filme tem 20 minutos de propaganda. Confesso que senti falta dos trailers. Terceira novidade: aqui na Itália só vêem filme dublado. Para eles, ler uma legenda e prestar atenção no filme é praticamente impossível, dizendo Michele. A boa notícia fica por parte da compreensão da fala: consegui compreender praticamente tudo que falaram. As palavras que eram essenciais para o contexto e que eu não entendia perguntava para o Michele. Foi bom entender as falas, rir junto com todos e não ficar com aquela cara de “do quê que todos estão rindo?”. E agora a quarta novidade. Como de praxe, na metade do filme fizeram o tal do “Intervalo”. Param o filme do nada, cortando uma cena no meio, por cerca de 3 minutos. Acendem as luzes, e colocam um som ambiente. Pelo menos não passa propaganda. O pessoal aproveita para ir ao banheiro e comprar guloseimas. Nesse meio tempo, fiquei conversando com o Michele e contanto que filme dublado no Brasil é só pra crianças e que propaganda e intervalo se vê na TV, e não no cinema. Depois as luzes se apagaram e o filme recomeçou, mas claro sem o mesmo clima de antes. Daí em diante tudo ocorreu como esperado. Ah, o filme se chama “O curioso caso de Benjamim Button” e me agradou bastante. Muito diferente de todos os roteiros de filmes que já vi. Muito bom e recomendo.
Creio que aos poucos as novidades vão se tornando cada vez menos freqüentes. Mas por enquanto vou me divertindo e aprendendo com elas. E hoje só faltou servirem mini-pizza no lugar da pipoca. Porém, o velho clichê tupiniquim da pipoca com filme também vale aqui, exceto pela ausência do Guaraná.